Rap: Entrevista Com True Mc "Batalha da Beira"

Jornal A Folha - O que o Rap significa para você?

True MC - Rap além de seu significado universal que é Ritmo e Poesia, o Rap é uma grande forma de manifestação cultural de rua ‘saca’? Um movimento bem sincero onde se tem total liberdade de expressão, Rap é minha vida, meu lazer, minha forma de me entreter, de protestar através de versos, de ser eu mesmo, pois se sou da forma que sou hoje em dia é graças ao Rap e para o Rap, uma parada muito única e que é bastante marginalizada e discriminada. Contudo, é assim mesmo, aí que entra o Rap, mostrando que a mente é igual para queda, só funciona se você abrir, e que a rua tem voz, Rap tá vivo, Rap ta aí, só basta estar disposto a ouvir.

JAF - Qual sua opinião sobre o Rap no Brasil? Você acha que ele tem o espaço que merece e por quê?

True - Pelo que tenho visto no cenário do Rap Nacional, o Rap está se expandido, tendo agora varias vertentes como o Trap, Acústico, BoomBap, TrapFunk entre outros sendo esses, semelhantes a galhos dessa grande árvore que é o Hip-Hop, isso é algo interessante de ser visto, musicalmente falando é uma forma bem extensa de se vender seu som, há varias formas de se alcançar diferenciados públicos de um só gênero, de uma só raiz por assim dizer. E a resposta é não, por hora não acho que o Rap tenha o espaço e reconhecimento que merece, mas como Rap é protesto, é modo de vida, é vivência e voz não conformada da rua, ele chega arrombando as portas e tomando o que lhe pertence, o que lhe é de direito, assim como temos visto atualmente, uma grande ampliação do mercado do Rap Nacional, dessa forma, alcançando altos patamares com nosso movimento.

JAF - Quem são seus MC’s preferidos, que servem de inspiração?

True - Ao Cubo e Racionais, eternas referências além de serem os primeiros Grupos de Rap que ouvi na vida, Sabotage, o mais brabo da cena, Marechal e Sid, fortíssimos “lirícopatas”, tanto em batalha tanto em suas letras, Eminem, uma cara que inspiro muita gente sem dúvidas, Russ, Froid, Black Alien, Criolo, e sem esquecer do Emicida, cara que mais me atraiu que mais me instigou interesse pelo Rap, através da argumentação versificada de suas letras e improvisos, tanto como sua vida e suas conquistas na Música.

JAF - Porque a Nova Beira Rio foi escolhida para ser palco desse movimento?

True - Lá é um ponto perfeito, centro da cidade, fácil acesso até pra quem vier de fora pra comparecer na Batalha saca, além de ser embaixo da ponte,’ pow’ isso cooperou demais ao contexto da batalha entende, Rap é Rua e em baixo da ponte fazemos a estrutura dela tremer com nosso movimento e com o peso das rimas das Batalhas que são admiráveis, sendo em questões geográficas e arquitetônicas a Beira Rio tinha aquele palco pouco utilizado para fins musicas, além de ser um pico único e muito belo, cenário bem underground pro movimento, parece até que foi feito pra nós mesmos, que só estava esperando agente bota a cara e fazer acontecer da forma que há dois anos temos feito.

JAF - O que vocês idealizam para o futuro das batalhas?

True - Crescer, expandir, fazer nosso nome realmente no Rap, ver os Mc’s tudo no topo do topo, ter nossa Batalha como uma das mais fortes e maiores do Brasil ta ligado, tendo Fé e foco no trabalho que uma hora vai virar, afinal, são dois anos, Graças a Deus, que estamos conquistando o que é nosso.

JAF - Para encerrar, fale um pouco sobre o evento que acontecerá em agosto em comemoração aos 2 anos do movimento cultural?

True - Sem dúvidas vai ser o aço como sempre, as melhores batalhas de lei, show da rapaziada que ta por conta nos sons, além de sempre rola aquela ‘tabacada’ violenta pra quem curte o 150BPM, além de ter vários amigo dando aula de passinho, é a Beira, 2 anos de Batalha, pia, brota e convoca que só sai perdendo quem fica em casa no dia 11, Rap ta vivíssimo, Brota ‘haha’!